sexta-feira, 30 de novembro de 2018

BELENENSES - 1



Eu teria 7 ou 8 anos quando entreguei o coração ao Belenenses. Ainda haviam de passar alguns anos, até ver uma qualquer equipa do meu clube em acção. Entretanto, ia alimentando a paixão ouvindo os relatos pela rádio e à medida que fui ganhando desenvoltura na leitura, consultando os jornais. Assim, ia-me inteirando dos resultados do meu clube em todas as provas que participava, fossem elas futebol, andebol, basquetebol, atletismo etc. Foi assim que, para além dos nomes que compunham a equipa de futebol, fiquei a saber que o Rui Ramos no triplo salto, o Joaquim Branco na corrida, e a Georgeta Duarte em várias disciplinas, eram verdadeiros campeões do atletismo; que o José de Freitas, o Homero Serpa e o José Manuel Pintassilgo, eram barras na natação. E o mesmo foi sucedendo com muitos outros, como o chamado Zé da Burra, que em solitário disputou uma Volta a Portugal em Bicicleta envergando a camisola azul do meu Clube.
Por alturas dos meus 12 ou 13 anos, chegou o dia em que fui ver jogar pela primeira vez o Belenenses. Foi contra a Académica e assisti ao jogo, para o qual fui levado pelo nosso primo Boaventura, sentado na bancada de sócios deste Clube. Mais tarde, quando o Belém vinha a Coimbra e havia disponibilidade monetária para o efeito, deslocava-me da Lousã para o ir ver. Foi assim que ainda cheguei a ver jogar o Matateu, o Vicente, o Zé Pereira, os argentinos Di Pace e Perez e tantos outros bons jogadores que faziam parte das equipas desse tempo.

Com a minha vinda para Lisboa, depois de alguma hesitação, acabei por me tornar sócio do clube e, desde então, tornei-me presença assídua no Restelo. Conto agora com 46 anos de associado e continuo a apoiar o meu Clube com a mesma vontade, apesar da fase complicada que atravessa.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

REGRESSO


Regresso hoje ao "Batistinhas". A última publicação que aqui foi feita tem a data de 23 de Novembro de 2013, e foi feita por mim. Depois disso, toda a gente fugiu para o Facebook e temos andado por ali muito contentes, a publicar fotos e um ou outro comentário apressado. Entretanto os Batistinhas foram crescendo em número de elementos; surgiu o Miguel, depois a Amélia e mais recentemente o Santiago, sem que o seu nascimento tivesse tido assento aqui. Mas há mais: A Rita e a Beatriz entraram para a Universidade, o Henrique, lá longe, no Dubai, tornou-se campeão de natação, o Martim prepara-se afanosamente para ser um imprescindível fisioterapeuta, etc., etc. 
Depois, há um facto relevante que também não foi assinalado: cheguei aos 80 anos de idade e com eles a uma bonita festa surpresa que me ofereceram, e reuniu à minha volta muitos familiares e amigos de longa data.
Tanta coisa que ficou por registar, neste blog que a superactiva Maria Luís em boa hora criou! Por isso, regresso hoje com os meus humores e baboseiras, ainda que sem leitores, reservando o famigerado Facebook (que já me chateia), para as coisas mais ligeiras.
Já que estou com as mãos na massa, e atendendo à data em que vou amassando este escrito, aproveito para lembrar o aniversário da Marta, que hoje passa, e enviar-lhe um beijinho de parabéns. 

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Fraldas e biberons

Voltei a ser Pai!

Como é que este septuagenário conseguiu isso, perguntarão vocês. Eu explico: a culpa foi da Laurinha. Não uma qualquer Laurinha , curvilínea, dengosa, tentadora, capaz de seduzir este velhadas. Não, a  Laurinha de que vos falo, é pequenina, muito engraçada, percebe quase tudo, fala muito, mas numa língua de trapos que não se entende. É a minha neta.

Como não sabe dizer ainda muitas palavras, chama-me Pai quando quer a minha atenção. Recentemente veio dormir cá a casa algumas noites, por isso, à nova paternidade acrescentou os encargos e responsabilidades inerentes: mudança de fraldas, choro a meio da noite, biberons fora de horas, etc. Mas
nada disso me desanima. Já tinha saudades de ter uma caminha ao lado da minha, de ouvir o choro de um bebé, de usufruir dos seus sorrisos e brincadeiras, de sentir o seu cheiro quando aperto contra o meu o seu frágil corpinho.

Abençoada Laurinha! Fizeste-me recuar uns anos!  

domingo, 19 de maio de 2013

quinta-feira, 7 de março de 2013

Ser Terapeuta da Fala

Nas minhas andanças pela www descobri esta publicação que me encantou, por isso, e por me rever em muitas das suas afirmações, resolvi partilhar convosco, que de alguma maneira também estão incluidos.


Pelos vistos, ser Terapeuta da Fala pode dar a volta à cabeça. Uma vez disseram-me “Todos os Terapeutas da Fala que conheço têm um parafuso a menos.” Será? Para quem está de fora, por vezes  agimos como pessoas de outro mundo. 
E como a vida não são só coisas sérias, com a ajuda de alguns colegas, fiz uma recolha sobre  algumas daquelas “coisinhas” que nos fazem lembrar que somos um TF de alma e coração.
  • Sorris por dentro quando te chamam “fisioterapeuta da fala”, “terapeuta da boca”, “médica da língua”….;
  • Às vezes falas sozinho(a) na sala e fazes vozes e sons esquisitos (só um TF compreende porque fazes isso);
  • Gastas rios de dinheiro nas lojas de chineses e ninguém entende porquê – “É para a Terapia, OK?!“;
  • Nas festas lá te sai uma expressão ou outra que mais ninguém entende, mas que impressiona (“taxa diadococinética, coordenação pneumofonoarticulatória“…);
  • A família e os amigos pedem-te que avalies o filho de graça, mas…tu já tinhas avaliado (sem ninguém se aperceber, shhh);
  • Enquanto falas com uma pessoa que acabaste de conhecer estás a avaliar assimetrias, compensações, desvios, articulação, qualidade
     
    vocal, respiração…e mesmo assim ouves tudo o que te dizem;
  • Os amigos recorrem a ti para esclarecer dúvidas da Língua Portuguesa;
  • Passas uma considerável parte do teu tempo a explicar aos outros a tua profissão: “Não, não trabalho só com crianças.”, “A Terapia da 
     
    Fala não é só para gaguez.”, “Não, não sou professora, nem médica, sou Terapeuta da Fala.”;
  • Metade do que os outros iam pôr para o lixo, aproveitas para a Terapia: “VAIS PÔR ISSO NO LIXOOO?!!” (my preciousss);
  • És o(a) único(a) dos teus amigos que evita terminantemente passar na secção dos brinquedos no supermercado, senão TEM de comprar alguma coisa (para a Terapia, claro);
  • Os teus momentos ZEN são os ciclos de imprime-corta-cola-plastifica-corta;
  • Idas ao estrangeiro só se for para congressos ou formações, nada de gastar dinheiro em férias (“Férias?”);
  • Já ouviste várias piadas sobre os exercícios que fazes com a língua e os lábios;
  • Se vais ao estrangeiro, pesquisas como se diz Terapeuta da Fala na Língua do país que vais visitar;
  • Ouves alguém berrar e pensas “Depois diz que tens nódulos.“;
  • A tua família e amigos não compreendem o sorriso parvo na tua cara depois de desligares a chamada de uma pessoa que acompanhaste há uns anos e que ligou só para saber como estás.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A titulo de legenda ...



Nos anos 70, Marina Abramovic viveu uma intensa história de amor com Ulay. Durante 5 anos viveram num furgão realizando todo tipo de performances. Quando sentiram que a relação já não valia aos dois, decidiram percorrer a Grande Muralha da China; cada um começou a caminhar de um lado, para se encontrarem no meio, dar um último grande abraço um no outro, e nunca mais se ver.

23 anos depois, em 2010, quando Marina já era uma artista consagrada, o MoMa de Nova Iorque dedicou uma retrospectiva a sua obra. Nessa retrospectiva, Marina compartilhava um minuto de silêncio com cada estranho que sentasse a sua frente. Ulay chegou sem que ela soubesse e... Foi assim.


Rui obrigada pelo momento.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013